AS TRÊS OMISSÕES


Conclui-se por apenas TRÊS OMISSÕES factuais que a homossexualidade não é pecado:

* A OMISSÃO ÀS LÉSBICAS: Literalmente, a Lei dada por Deus no Antigo Testamento não proibe as lésbicas (Dt 12:32), logo a homossexualidade e não inclui-se no padrão familiar de Gn. 2:24 não é de fato uma preocupação para Deus (2 Sm 1:26 e Rt 1:14/Ec 4:11/Is 56:3-5 e Mt 19:12/1 Sm 16:7), pois Deus fez todas as coisas com um propósito (Pv 16:4; Sl 139:13-16); caso saia do literalidade da texto e se tente contextualizar a Lei para proibir a relação entre mulheres, o mesmo contexto revela que a Lei não condena nem mesmo a relação entre homens, mas a relação com os prostitutos cultuais, prática comum dos estatutos pagãos constantemente proibidos na Lei (Lv 18:3), assim como o sacrifício de crianças pelas prostitutas cultuais (Lv 18:20-21). Para isso, basta contextualizar Lv. 18: 4, 20-22 e 27-30 com Lv 20:5; Ez 16:20-22; 2 Re. 23: 3, 7, 10, 13 e 24; Dt. 23:17-18 e Dt 12:31, além do fato da homossexualidade não ser proibida em Dt. 27:20-23, juntamente com incesto e a zoofilia, sem o contexto idólatra de Lv. 18 e 20 (Lv 18:24 e 20:23). A questão é, ''cadê as lésbicas em Levitico?''

 
Noemi e Rute, um amor descrito como melhor do que sete filhos (Rt 4:15). A declaração de amor de Rute para Noemi registrada em Rt 1:16-17 é usada á seculos em casamentos judaicos e cristãos.


* A OMISSÃO DE CRISTO: Jesus Cristo trouxe a Verdade (Jo 1:17), e a Verdade de Cristo não condenou a homossexualidade em nenhum momento, mas Jesus resumiu toda a Lei na reciprocidade do amor (Mt 7:12/Gl.5:14) e ensinou que o casamento não é para todos os homens pelas suas individualidades (Mt 19:11-12/1 Co 7:6-7). Apenas por Cristo que chegamos a Deus, e não pela observância da lei judaica, incluindo Levítico (Hb 7:11-19), por isso foi o Antigo Testamento abolido por Cristo (2 Co 3:14), sendo mediador da Nova Aliança (Hb 8:13), baseada no princípio de vida do amor ao próximo, incluindo os parceiros sexuais (Rm 13:8-10), pois quem ama ao próximo, ama a Deus (1 Jo 4:20,21). A questão é, ''Jesus condenou algum homossexual?''
Jesus viveu na Galileia quando o Império Romano dominava boa parte da Bacia do Mediterrâneo. Os romanos eram conhecidos pela tolerância a homossexualidade, e Jesus conheceu um pederasta em Carfanaum, um centurião romano que tinha um jovem servo entimos, segundo escreveu Lucas no grego (Lc 7:2),  a quem Mateus chama de pais, que no grego pode ser entendido como o jovem da relação pederasta.

* A OMISSÃO PRIMITIVA: É fato histórico que os apostólos e a Igreja Primitiva não condenou a homossexualidade. Essa visão começou com o catolicismo medieval no quarto século em diante, principalmente com as conclusões do arcebispo João Crisóstomo (347-407), o mesmo acusado por desenvolver o antissemitismo cristão. A Igreja já errou muito na história. Ela pode estar completamente errada novamente. Paulo disse que heresias aconteceriam para se manifestar os sinceros (1 Co 11:19) e Pedro afirmou que os ensinos das cartas de Paulo, consideradas difíceis por ele, já eram distorcidas desde da sua época por ''ignorantes e inconstantes'' que desprezavam o ''conhecimento de Cristo'', e assim, deturpavam todas as Escrituras (2 Pe 3:15-18), as quais incluem o relato da criação de Gênesis e a história de Sodoma, igualmente distorcidas até hoje. Gênesis faz um relato muito resumido da criação, já que o evangelista até cita ''mundos'' criados por Deus não descritos em Genesis (Hb 11:3), e Sodoma foi destruida pela inospitalidade do seu povo mal e cruel (Gn. 13:13/Ez 16:49/Lc 10:10-12). Paulo diz que conhece o pecado pela lei (Rm 7:7), mas se concluimos que a Lei nao proibia a homossexualidade pela sua omissão as lésbicas, impossível Paulo estar condenando a homossexualidade em suas cartas, logo, tais textos, assim como Pedro disse, foram distorcidos. Paulo em Romanos 1:27 deixa claro que os homens ''deixavam o uso natural da mulher'', logo, tais não eram gays, mas héteros, que faziam práticas homossexuais por causa da idolatria, ''trocando a verdade pela mentira'' (Rm 1:23-25); já 1 Co 6:9 é um texto bastante manipulado ao longo da história, mas as palavras gregas originais usadas por Paulo não fazem nenhuma referência a homossexualidade afetuosa e monogâmica; em contexto com 1 Tm 1:10, Paulo deixa claro que o que se condena é a prostituição pederasta, ao citar os ''traficantes de homens'' junto com o termo grego ''arsenokoitai'', usado em referência a prostituição cultual de Levitico 18:22, sendo essa a mesma palavra usada em 1 Co 6:9 junto com ''malakoi'', termo comum para ''jovem prostituto'' na Antiguidade. Logo, os pecados condenados são a idolatria e a prostituição, e assim, Paulo não fere o princípio de Gl 3:28, que diz que não há macho nem fêmea, porque todos são um em Cristo Jesus, não fazendo assim, acepção de pessoas (Rm 2:11). A questão é, ''a Igreja não erra na sua interpretação bíblica?''

Sérgio e Baco, nascidos no século III, foram um par de santos muito reverenciados até hoje na Igreja. Em sua obra "Same-Sex Unions in Premodern Europe", Boswell argumenta que a relação de Sérgio e Baco pode ser entendida como tendo numa dimensão romântica, notando que o mais antigo texto desta hagiografia os descreve como "erastas" (erastai), que pode ser traduzido como "amantes". 


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